segunda-feira, 20 de julho de 2009

O meu mar...



Hoje voltei às minhas origens…
Voei em picado pela sombra das minhas vertigens…
Hoje voltei ao meu mar…
Mergulhei
Dilui-me
Fundi-me nele
Voltei ao meu estado líquido
Hoje fui água
Matriz da tua frágua …
Hoje fui sal…
Acima de todo o bem e de todo o mal …
Hoje fui vagas em corpo nu
Hoje fui eu e fui tu…


A lágrima que de mim sai…
Que pela minha frente abre caminho… cai
Não é lágrima é um pedaço de ti … mulher
Toque do toque da fêmea que o destino ditou escolher…

Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

4 comentários:

DarkViolet disse...

a Alma da mulher fundida num poema:)

Anónimo disse...

uau!!
que poema tao intenso e profundo como o proprio mar que nos tras tantas coisas de outros horizontes!

feliz dia do amigo!

Mar Arável disse...

Ainda bem que regressou

ao seu mar

Anónimo disse...

VAGAS

Na vela desfraldada
Debruçado na amurada
Na amurada debruçado
Na fria madrugada
Num cântico interrompido
Sufocado
Num reflexo devolvido
Rejeitado
Via-me reflectido
Transfigurado
Em espuma dissolvido
Olhar fito aniquilado!

Imagem lapidada
Em circulos fechada
Pela onda devastada
E a onda voraz seguia
Na muralha se esbatia
E a imagem ressurgia
No verde mar salgado!

Outra onda se formava
Outra onda se acercava
Outra onda me afogava
E eu ali continuava
Só! Imóvel! Mortificado!

Quisera deter essa onda
Que de mim nunca se esconda
Quisera reter essa imagem
Que no mar fora miragem
Sorriso de Gioconda
Sorriso inanimado
Mas o mar seguira viagem
Estiolara-se na viragem
Cabo há muito dobrado!

E o mar não mais voltou
E o mar ali me deixou
Só! Supremo! Naufragado!



Rogério do Carmo
Paris, 18/5/1990