segunda-feira, 11 de maio de 2009

Condenado...

Condenam-me ao amar dos mortais...
Sentimentos vulgares ... sentimentos normais
Condenam-me a ser humano... um simples perdedor
Depois de ter inventado um sentimento que torna pequeno o amor!!!

Serei louco, metamorfoseado, autista
Copia de um original... falso poeta... artista
Não...não me parece... sou ave Fénix... alada
Que quer iluminar o vazio frio de mim ... para além do nada!!!

Porque me condena então o destino atroz?
Grito-lhe... grito-lhe, mas não ouve a minha voz
Vil castrador, que me arrasta de amarras em amarras
Que me corta as asas... me desgasta as garras!!!

Condenado estou em viver a vida que não sou...
Em fingir que a memória das minhas memórias se afogou...
Dirão os eruditos que escolhemos o que queremos
Que o destino somos nós que o fazemos...

Pobres profetas, nas suas certezas confusos
Que entendem que a vida de todo mundo
Sendo nas suas próprias básicos... atados... ilusos...
Nos pensamentos que ditam... poços sem fundo!!!

Se condenado então estou, não aceito nem me deito...
Pois só conheço a cara do carrasco...nunca vi o Juiz
Acorrento-me ao meu sonho perfeito não desfeito
Na espera que alguém me condene pelo que não fiz!!!


Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

4 comentários:

continuando assim... disse...

já tentei inventar uma palavra que me dissesse mais que amor..
aida não consegui

excelente poema
como sempre

um beijo teresa

Anónimo disse...

Conta o teu sonho perfeito...
pode ser que o juiz te oiça e te dê absolvição. Até porque se o crime que cometeste foi sem premeditação, foi um mero acaso do tal destino, e esse segundo os eruditos já está traçado; então tens um alibi perfeito para te safares da condenação.
Abraço em ti poeta, porque um abraço é mais reconfortante que outra coisa qualquer em momentos de angustia

Anónimo disse...

saudades...
muitas mesmo...
de tudo.

Maria Oliveira disse...

O teu poema "condenado" quase vem ao encontro do meu "Crucifica-me" que por mera coincidência foram escritos temporalmente próximos.
Ambos falam de sentimentos humanos, vulgares, mas que não deixam de nos fazer sofrer.
O amor, sempre o amor a tentar controlar-nos a mente e os gestos!
Às vezes penso que deveríamos ter o poder para colocar de lado esse sentimento, que se por um lado nos engrandece, por outro, quando se torna um amor problemático ou impossível, acaba por corroer-nos patologicamente a alma.
Durante a minha existência, só a dois homens disse que amei e magoei-me das duas vezes que isso sucedeu. O que dá que pensar!
Devíamos nós ser desprovidos de emoções?
Não me parece!
Não estás condenado! Encara esse estado como um voo que tens de fazer. São as altas montanhas frias e agrestes que tens de ultrapassar... mas depois sobrevoarás um mar calmo, uma planície verdejante... Acredita!
Há seres humanos que foram feitos para travarem sistematicamente uma luta interior intensa! Encaremos isso como uma bênção e não uma condenação...
Mas sabes... se não tentares estar junto de quem realmente amas, será uma mágoa para o resto da tua vida... assim, por muito que nos doa, por muito que nos magoemos, por muito que achemos o chão que pisamos instável... mesmo assim é por aí que devemos ir...é a chamada loucura saudável!

Aqui vai parte do meu poema...

"Crucifica-me!"

"Vem!
Crucifica-me!
Coloca-me em praça pública
Atira-me pedras!
Vem!
Prega-me em estacas e diz que não presto
Que não mereço viver
Que entrei em estado de amnésia
E desconheço agora os conceitos de dignidade

Vem, crucifica-me!
Diz que não presto
Que sou sem vergonha
E que perdi a noção dos limites
Que corro cegamente
E que me vou perder!

Não sabes nada de mim!
Nem dos dias de agonia
Nem das noites mal dormidas
Nem da ausência da alegria
Nem dos projectos e ilusões perdidas
...

Não sabes nada de mim!
Nem da vontade de ter passaporte
Para um mundo sem retorno
Nem da revolta abafada
Que vai na minha alma em abandono!"