segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Parto...




Sinto-me prenhe da morte

Ar frio sabor a norte

Sinto-me cansado… falta-me o ar

Falta-me na paz o jeito de perdoar

Sinto-a crescer desde que sou crescido

Sinto-a em mim desde antes de ser um ser nascido

Gostava de a abortar

Recuperar o tempo perdido

Queria tanto abrir asas e voar

Mas vivi sempre no tempo fugido

Queria um dia pari-la

Ter um parto rápido

Sem tempo ao último alento

Não queria ter vivido depressa, para ter um parto lento!!!


Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

Manto da Solidão...




Hoje cobri os ombros com o manto da solidão

Deixei-me abraçar pelo seu abraço

Deixei que me afagasse o rosto e me aquecesse o coração

Que bom deixar as pálpebras enterrar o olhar baço

Mergulhar no fundo… no negro vazio

Sentir partir o frio

Hoje cobri os ombros com o manto da solidão

Deixei-me cair rumo ao nada

Neguei-me a abrir as asas e voar

Queria mesmo mergulhar… ser uma ave afogada

Desintegrar-me no escuro… devolver à natura as minhas partículas

Ser na ausência fragmentos de invisíveis gotículas

Hoje cobri os ombros com o manto da solidão

E não me senti só!!!


Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

Mãos...



Caiu um sopro do vento

Desprendeu-se do todo … soltou um segredo

Parou o tempo na queda do momento

Onde a coragem toma o nome de medo

As mãos … primeira não castidade

Percorro o meu corpo com mão de mulher… tu

Descobres o teu corpo com mão de homem… eu

Quatro mãos num sentir nu

O meu toque é teu no toque teu que transmuto em meu

Mãos, pedaços de carne viva… extensões irrequietas

Mãos graciosas… mãos poetas

Tentáculos de prazer distinto

Onde me sentes no toque em que te sinto

Mãos despidas de tudo

E o tudo de mãos vestido

Um impulso desnudo

Um orgasmo incontido!!!



Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Na tua cama...


Soprou o vento...

A tua vontade nesse momento

Pincelada perfeita... no último traço... no último retoque

Olhas-me ... desafias-me assim

Sabes onde encontrar o meu eu... o melhor de mim

Brama a fera animal

Cede ao apelo da natura universal

Descola-se um sopro

Um simples sopro

Na fina teia do orvalho matinal

Parto... levo-te no suor da minha pele chama

Ficas... deixo o meu calor no lençol da tua cama



Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Terra (a)mar...


Aqui voltei ao meu (a)mar
À minha essência
Natura desta não inocência
Aqui voltei para sonhar
Transmutar as vagas das searas alentejanas…
…os pensamentos das almas mundanas
Com um simples olhar…
Em vagas de água fria…
Voltei para cavalgar
Sorver-te o Sol na hora vazia
A ti areia… terra … mulher
Entrega ao orgasmo… morrer e tornar a nascer
Como uma onda infinita
Como tu terra… mulher… bendita!!!

Beijos e Abraços
Das Chamas do Fénix

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A ultima cavalgada



Cair no mais profundo de nós
Ouvir apenas no sopro do vento a nossa voz
Canto das batidas de coração aceleradas
Composição atípica de contracções desgarradas
Juntar todas as forças para um último alento
Ser vácuo, no fascínio do momento
Negro de tão puro iluminado
Fonte de luz no sentir embriagado
Erguer a cabeça em direcção ao nada
Arder no querer daquela que será a última cavalgada!!!

Beijos e Abraços

Das Chamas do Fénix